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10.10.17

A RODA DO DESTINO - PARTE XXIII






E telefonou. Anete contou-lhe que as suas suspeitas estavam certas. Os pais tinham-lhe contado toda a história. E convidavam-no para almoçar com eles. Mas Salvador rejeitou o convite, reforçando o que já lhe dissera, quando a deixara à porta. Aquele era um tempo de descoberta, que ela devia passar só com os pais. Mais tarde, quando a poeira assentasse, não faltaria nem tempo nem oportunidade de se reunirem todos como uma grande família que eram. Combinaram que iria buscá-la às quatro. E desligou.
Digerida que foi a tensão da difícil revelação, os pais quiseram saber tudo sobre a sua nova vida na cidade.
Um pouco antes das quatro, Salvador chegou. A jovem pediu-lhe que entrasse para lhe apresentar os pais e a simpatia foi mútua.
Depois de beberem um chá, acompanhado por uma deliciosa fatia de bolo de chocolate, os jovens despediram-se e iniciaram a viagem de regresso.
- Estás feliz? Não te sentes magoada por te terem ocultado as tuas origens? – Perguntou Salvador, atento à condução do veículo.
-Não. Se tivesse sabido mais cedo, talvez tentasse encontrar a Ana Clara. Ou talvez não o fizesse para não magoar os meus pais. Tive uma vida muito feliz ao lado deles. Sempre me senti muito amada, e se alguma diferença houve em relação aos meus irmãos, foi que sempre fui mais mimada e protegida que eles. Talvez por ser menina. Mas agora sinto-me muito feliz por ter ganho uma nova família. Especialmente por ter uma irmã, com quem partilhar sentimentos e alegrias, que não se partilham com um irmão. E adorei os meus novos sobrinhos.
- Os meus sobrinhos são encantadores, não são?
- Os nossos sobrinhos, - emendou Anete e imediatamente se ruborizou imaginando como seria, se em vez de sobrinhos, fossem filhos dos dois.
Os olhos cor de mel, fixaram-se nela e um sorriso enigmático curvou os seus lábios.
“Será que ele pensou no mesmo” pensou a jovem desviando o olhar.
- Porque te divorciaste? – Perguntou de súbito.
- Já falámos nisso.
- E não te interessaste por mais ninguém?
- Por que queres saber?
 - Agora somos quase família, não? Sou cunhado da tua irmã…
- E eu sou cunhada do teu irmão. E onde é que isso nos leva? A um parentesco por aproximação? Isso não existe. E já tenho protetores de sobra, com os meus irmãos. Não preciso de mais ninguém para me dizer o que fazer, ou como fazer. O que preciso é que me deixem viver em paz.
- Vou tentar lembrar-me disso. Estamos a chegar. Antes de sairmos telefonei ao meu irmão. Eles estão à nossa espera, ansiosos por saber o que os teus pais te contaram. Convidaram-nos para jantar. Precisas passar por casa, ou vamos diretos para casa deles?
- Vamos já. Também estou muito ansiosa. E não quero regressar tarde. Vou começar a trabalhar amanhã, não quero dormir tarde.

Aviso:
A partir de hoje, os capítulos desta história, deixarão de ser bi-diários e passarão a ser apenas uma vez por dia. Espero que não percam o interesse na continuação.


17 comentários:

Os olhares da Gracinha! disse...

E assim a vida prossegue!!!bj

chica disse...

Como perder o interesse? Claro que não! Estou adorando! bjs, chica

Edum@nes disse...

Muito bem! Estão de acordo um com o outro. Portanto, e quando acontece como está acontecendo entre Anete e Salvador, não há dúvidas. Quanto ao destino, no qual eu acredito que nos conduz até ao fim da vida!

Tenha uma boa tarde amiga Elvira.

Joaquim Rosario disse...

boa tarde
estamos todos a prever um fim feliz , embora ainda faltem alguns capítulos e com a nossa autora nunca se sabe !!!
ate amanhã cedinho.
JAFR

António Querido disse...

Então até amanhã, o encontro aqui está agendado!

Abraço.

Tintinaine disse...

Muito bem, a Elvira é quem manda!
E adivinho que o fim não deve estar muito longe.

noname disse...

Será como decidir eheheheh

Beijo

Teresa Isabel Silva disse...

Esse iato só vai aumentar a vontade de ler!
Gostei de ver que já escolheste o titulo!

Bjxxx
Ontem é só Memória | Facebook | Instagram

Emília Pinto disse...

O titulo ficou bom, Elvira. Não esperava que uma delas tivesse sido registada como filha biológica dos pais adoptivos. Tiveste uma ideia genial, amiga! Agora espero o proximo capítulo. Beijinhos e fica bem..
Emilia

esteban lob disse...

Son igualmente interesantes, Elvira.

(Aprovecho de felicitarte por la entrada de Portugal al Mundial de Fútbol 2018.Vi completo el partido ante Suiza aquí en Chile y confirmo que tu equipo fue inmensamente superior y es un justo clasificado. ¡!Mis parabienes, amiga!)

Andre Mansim disse...

Eivirinha, você é uma amiga blogueira que preso muitissimo.
Confesso que não acompanho o seu ritmo, e que acabo perdendo seus contos e histórias magnificas!
O último, eu consegui acompanhar todos os capítulos e até comentar!!! Olha só!
Então não acho justo eu vir aqui e ler um capítulo do meio do conto, mesmo que esteja muito bem escrito e comentar.
Vou me esforçar para acompanhar o próximo.

Um grande abraço minha amiga!

Cantinho da Gaiata disse...

Curiosa para saber do próximo encontro.
Bom um capítulo por dia, já não estou a gostar, é para render o peixe?
Bjs e continuação de uma boa semana.

Teresa Brum disse...

Bom dia Elvira!
Gostando muito do desenrolar da estória.
Feliz dia para você, beijinhos.

Lúcia Silva Poetisa do Sertão disse...

História bem envolvente.
Beijos!

redonda disse...

Ainda antes de ler este capítulo preferia que continuassem a ser bi-diários, estou a gostar muito desta história

maria disse...

Gostei do título... vamos ver como evolui a relação de Salvador e Anete...estou curiosa!

Rosemildo Sales Furtado disse...

-Não preciso de mais ninguém para me dizer o que fazer, ou como fazer. O que preciso é que me deixem viver em paz...

Será que essa forma um tanto rude com a Anete se expressou, não é um sinal de revolta por estar ela apaixonada pelo Salvador? Aguardemos.

Abraços,

Furtado